Nas veias de um menino cansado, correm litros de sangue de um mundo imprestável, por não lhe ter sido permitido falar a verdade sobre as bocas e as mãos caídas dos que vivem em solo infértil.
Poderia dizer-se que é um tempo de rigor absoluto onde se abdica dos braços da súplica por sabermos que nada existe para doar.
Que trágico este frio que se sente, esta dor que não mente estes abutres que aguardam o encerrar dos olhos antes doces, hoje quebrados que se fecham um pouco mais a cada amanhecer.
Onde estão os pássaros, as flores os risos das crianças e os fins de tarde de amor?
Que distantes dias são estes de um poente de sangue pintado de um frio que não me mata mas que tanto se sente.
......São revoltos os pensamentos,
...........................................as sombras,
...............................................os tormentos
..................................................... daquele menino cansado.